Não foi apenas uma derrota, foi um massacre! A Seleção da Alemanha simplesmente humilhou o time de Felipão na tarde desta terça-feira (8), no Mineirão.
O escrete brasileiro foi irreconhecível. Bastaram apenas 29 minutos de jogo para os alemães acabarem com o sonho do hexacampeonato mundial do Brasil. Jamais na história uma Seleção Canarinho havia sido derrotada de tal forma em um Mundial da Fifa. O que resta agora, é lutar pelo terceiro lugar na competição.
Felipão assume culpa e lamenta pane no pior dia de sua vida
O técnico Luiz Felipe Scolari assumiu a culpa pela derrota brasileira por 7 a 1 sobre a Alemanha nas semifinais da Copa do Mundo, nesta terça-feira, no Estádio do Mineirão. Na tentativa de blindar o grupo, ele tentou direcionar o foco para as suas escolhas.
"Quem é responsável quando a equipe se apresenta o técnico. O responsável pelas escolhas? Sou eu. Um resultado catastrófico pode ser dividido pelos jogadores. Eles vão falar isso. As escolhas e a parte tática, a forma de jogar, sou eu. O resultado e quem foi o responsável fui eu", disse
Felipão pediu desculpas e disse que a pane sofrida após o gol sofrido explica a forma impiedosa como os alemães castigaram a Seleção. Ele ainda classificou este como o pior dia de sua vida.
“Tentamos fazer o que tinhamos condições, o que achávamos que era o melhor. Perdemos de uma seleção que teve a capacidade de em seus minutos definir um jogo. Deu pane depois do primeiro gol. Com a qualidade desta equipe eles aproveitaram", disse.
Peço desculpas pelo resultado, desculpas por não ter chegado a final. Vamos continuar honrando no jogo do terceiro lugar. Mesmo com cinco, seis e sete a torcida continuou apoiando. Entendo que foi o pior dia da minha vida. Mas continua. Sabia que corria o risco. Quando assumi, sabia disso. Temos que assimilar", completou.
Aos prantos, David Luiz diz: "só queria dar alegria ao povo"
David Luiz deixou o gramado do Mineirão, em Belo Horizonte, sendo confortado por jogadores da Alemanha depois de ver a Seleção Brasileira ser massacrada por 7 a 1 na semifinal da Copa do Mundo. Antes de ir aos vestiários, deu entrevista aos prantos, com os olhos inchados e chorando muito. E lamentou a derrota humilhante que acabou com o sonho do hexacampeonato mundial.
“Eu só queria poder dar alegria ao povo, à minha gente que sofre tanto. Infelizmente não conseguimos. Desculpa a todo mundo, desculpa a todos os brasileiros. Só queria ver meu povo sorrindo”, disse à Rede Globo o defensor, parte da defesa que levou cinco gols em 29 minutos no primeiro tempo. As grandes expectativas, apesar das ausências do suspenso Thiago Silva e do lesionado Neymar, não foram alcançadas em Minas Gerais.
“Todos sabem o quanto isso era importante para mim. Ver o Brasil inteiro feliz por causa do futebol. Eles (alemães) foram melhores, se prepararam melhor, fizeram melhor jogo. Tomamos quatro gols em seis minutos. É um dia de muita tristeza, mas muito aprendizado também na vida”, afirmou David Luiz, reconhecendo o mérito da seleção alemã, comandada por Joachim Loew.
“Nos perdemos um pouco ali. De repente eles viram que a gente estava assim e conseguiram fazer os gols. Não é da maneira que a gente queria. Um dia eu vou alegrar esse povo de alguma forma”, prometeu jogador, titular nas seis partidas que a Seleção Brasileira fez até o momento na Copa. Ele deve entrar em campo também no sábado, para a decisão do terceiro lugar da competição.
Técnico da Alemanha fala em 'pane' brasileira e se diz surpreso e emocionado
Nem o mais otimista dos alemães imaginava a goleada por 7 a 1 sobre o Brasil, nesta terça, no Mineirão. O técnico Joachim Löw, emocionado pela classificação à grande final da Copa do Mundo, também se disse surpreso após o show europeu.
- O sentimento é muito bom, estou emocionado por conseguir chegar à final. Sabia que se tivéssemos coragem e soubéssemos da nossa força, ganharíamos. Mas não que o resultado seria tão grande, não esperava. Três gols foram marcados em quatro minutos, para eles foi um grande choque - disse o comandante, que notou a Seleção Brasileira atordoada após o segundo gol, aos 23 minutos.
- Depois dos 2 a 0, percebemos que eles estavam perdidos, confusos, que não conseguiriam voltar. Ficamos calmos, aproveitando, percebemos que eles estavam em pane e aproveitamos - completou.
No intervalo, a Alemanha já vencia por 5 a 0. De acordo com Löw, a humildade dos jogadores fez diferença:
- Na realidade, não foi uma euforia desenfreada. Obviamente estavam felizes, satisfeitos, pois conseguíamos sentir no intervalo que o resultado já representava nossa vitória. Depois do intervalo, quando o Brasil saiu para o jogo, mostrou reaçao, tiveram que tentar agradar aos torcedores, mas ainda controlamos o jogo. A felicidade houve, mas não fugimos da realidade.
O adversário dos alemães na final sairá do confronto entre Argentina e Holanda, nesta quarta, às 17h.
Brasil bate marca negativa do Congo
A goleada sofrida pelo Brasil para a Alemanha por, no Mineirão, em Belo Horizonte, na semifinal da Copa do Mundo, entrou para a história negativa do país.
Além de ter sido a pior da história centenária da seleção brasileira, o Brasil conseguiu bater uma marca do então Zaire, hoje República Democrática do Congo.
Em 1974, a equipe africana levou de 9 a 0 da Iugoslávia, mas na ocasião sofreu os cinco primeiros gols até os 30 minutos de jogo. O time de Felipão levou os primeiros cinco gols em 29 minutos.
SEMIFINAL
Esta foi ainda a maior goleada já dada na fase semifinal.
Nesta fase da competição, a diferença de resultado nunca havia ultrapassado cinco gols. Em 1930, a Argentina goleou os Estados Unidos por 6 a 1. Do outro lado da chave da semifinal, o Uruguai venceu a antiga Iugoslávia pelo mesmo placar. Já na Copa de 1954, também nesta fase da competição, a Alemanha Ocidental venceu a Áustria também pelo placar de 6 a 1.
Em 1950, em Copa também realizada no Brasil, a seleção brasileira goleou a Suécia também pelo placar de 7 a 1, no quadrangular final da competição. Mas, naquele ano, o modelo de disputa era diferente e o campeão era definido após a disputa entre os quatro melhores times, que jogavam entre si.
Na história das Copas, uma vitória com sete gols de diferença aconteceu apenas nove vezes no Mundial. A maior goleada da Copa aconteceu em 1982, quando a Hungria massacrou o El Salvador por 10 a 1, no Mundial da Espanha. Em 1954, na Suíça, a Hungria voltou a protagonizar outra goleada história ao vencer a Coreia do Sul por 9 a 0. Em 1954, a Iugoslávia bateu o Zaire também por 9 a 0.
Em 1954, o Uruguai venceu a Escócia e a Turquia bateu a Coreia do Sul pelo placar de 7 a 0. Já em 1974, na Alemanha Ocidental, a Polônia também goleou o Haiti com sete gols de diferença. Em 2010, foi a vez de Portugal vencer a Coreia do Norte por 7 a 0.
DF/Terra.com.br
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