Para um time que quer ser campeão, tão importante quanto vencer consistentemente partidas em que se é superior é garantir os três pontos em jogos que essa superioridade não existe. Isso aconteceu ontem, contra o Bahia. Um pouco desfigurado, o Grêmio penou para vencer os baianos. Mas venceu. Muito da dificuldade da partida veio da formação posta em campo. Com ausência de Lucas Barrios, lesionado, Renato optou por um meio campo com Maicon. Assim Luan avançaria como um camisa 9 e o meio de campo, com Michael, Arthur, Maicon e Ramiro, se revezaria entre marcação e os avanços. Não funcionou objetivamente quase 70% de posse de bola do jogo, mas nada que ameaçasse o Bahia. Isso porque Luan não é um 9. Ele não pode ficar na área esperando a bola chegar arrastando a marcação. Luan é móvel, uma mistura de meia articulador e atacante. Mas não é nem um nem outro É Luan. Assim o jogador saiu da área,como costuma fazer, oscilando e buscando o jogo para todos os lados.Pedro Rocha, seu companheiro pra atacar e ora ajudava na marcação do corredor da lateral esquerda.A grande área ficou deserta. Luan não estava errado. Era exatamente isso que ele deveria fazer. É na natureza dele como jogador.
O erro (chamaremos assim) foi a entrada de Maicon na vaga de Barrios,em vez de um atacante, como Everton ou Beto Silva. Ele optou por um jogador de confiança, capitão do time, em vez de um atacante ou um camisa 9 com pouco ritmo de jogo. E com Maicon, o treinador pensou que, controlando o meio campo, seria fácil penetrar na defesa do Bahia. Mas não foi. O problema seguinte e na correção do defeito do time. Renato deveria sacar um volante- com exceção de Michael, um dos principais volantes do time atualmente é o único primeiro volante do time- e colocar um atacante para tentar fazer um reflexo do que é o Grêmio com Lucas Barrios no ataque.Optou colocar Everton autor de 3 gols contra Chapecoense, um talismã do time, jogador de muita velocidade. O problema foi quem saiu: Arthur. Na hora de escolher entre o jovem promissor que não erra passes e o velho medalhão, o peso do veterano pesou para o seu lado. Maicon é um ídolo do torcedor. Levantou a taça do pentacampeonato da Copa do Brasil e será sempre lembrado por isso. Mas seus méritos do passado não podem influenciar o futebol do presente.Quem farda e entra em campo é aquele que mais se encaixa no estilo do time e/ou que está jogando mais no momento. E somente isto pode influenciar na escolha do treinador. Vale dizer, também que Maicon não fez má partida.
Mas Arthur, sem dúvidas, é um jogador diferenciado. Em dois, três anos (talvez menos),o veremos jogar em um grande time europeu, como protagonista da noite de ontem, fazia grande partida, como é habitual no seus 20 anos de idade. Mas foi preterido por Maicon. E isso não pode acontecer. No fim, o resultado veio, com gol de Cortez no final, mas não apaga os problemas que o Grêmio teve na partida. O que é bom, para não pensar ser imbatível e possa corrigir seus defeitos para aí, tentar ser imbatível. O que não pode acontecer, em um Grêmio em ascensão, formatando um time titular ideal, é permitir que velhos medalhões, tomem a vaga de peças fundamentais mais jovens, única e exclusivamente por influência e experiência. Na história do futebol, muito já viu isso acontecer. Espero que não aconteça com o Grêmio. Maicon hoje é reserva de Arthur.E o capitão gremista vitorioso no clube, terá que aceitar.
Marcos
Ficha técnica
Marcos
Local: Arena em Porto Alegre (RS) Data:12/06/2017 Horário:20h(Brasília) Artitragem: Eduardo Tomaz de Aquino Valadão, auxiliado por Fabrício Vilarinho da Silva e Christian Passos Sorence (trio goiano)
Marcos
Público:23.875(22.103pagantes)
Renda:R$782.927
Escalações
Grêmio Grohe, Edilson, Geromel, Kanneman, Michael, Maicon, Ramiro, Arthur, Pedro Rocha e Luan. Substituições Arthur/Everton (14/2°) Pedro Rocha/Fernandinho (27'/2°) Maicon/Lincoln (36'/2°)
Gol: Cortez aos 40minutos do segundo tempo.
Cartões: Amarelo:Ferrrares (Bahia)
Por Marcos Rios
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