Ira!
Ira! | |
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A banda apresentando seu show Ira! Folk em Cotia(2017). | |
Informação geral | |
Origem | São Paulo, São Paulo |
País | Brasil |
Gênero(s) | Rock, pós-punk, mod revival, rock alternativo, power pop |
Período em atividade | 1981 – 2007 2014 - atualmente |
Gravadora(s) | Warner Music Paradoxx Music Abril Music Deckdisc Sony Music Arsenal Music Universal Music MZA Music |
Afiliação(ões) | Titãs, Ultraje a Rigor, RPM, Magazine, Violeta de Outono, Os Paralamas do Sucesso, Pitty, Samuel Rosa, Relespública, Voluntários da Pátria, Mercenárias |
Influência(s) | The Who, Led Zeppelin, Jimi Hendrix, The Jam, The Clash |
Integrantes | Edgard Scandurra Nasi Daniel Scandurra Evaristo Pádua Johnny Boy |
Ex-integrantes | Fábio Scattone Victor Leite † Adilson Fajardo † Charles Gavin Dino Nascimento André Jung Ricardo Gaspa |
Página oficial | www |
Ira! é uma banda brasileira de rock and roll, formada em 1981, na cidade de São Paulo. A banda anunciou seu término em setembro de 2007,[1] mas em 2014 retornou aos palcos.
Índice
História[editar | editar código-fonte]
Subúrbio[editar | editar código-fonte]
No final dos anos 70, no outono da ditadura militar, Edgard Scandurra, fascinado pelo punk rock e, em busca desse som, ia a shows na periferia da cidade, para trocar informações com o pessoal. Foi então que Edgard e seu amigo Dino Nascimento resolveram montar uma banda que tocasse punk, sem esquecer de Led Zeppelin e Jimi Hendrix. Nascia aí a banda Subúrbio. Hoje crítico musical, Régis Tadeu foi integrante da banda como baterista.[2]Nessa época, Edgard estudava no Colégio Brasílio Machado, onde volta e meia topava com Marcos Valadão Ridolfi, de apelido Nasi. Mesmo sem conhecê-lo, Edgard sentia simpatia pelo modo com que ele se vestia, e num desses encontros os dois acabaram se conhecendo, e ficando amigos.
Mais tarde, Edgard chamou Nasi para participar do Subúrbio, no festhits do Ira! Em 1980, Edgard foi convocado para servir ao exército e foi lá onde compôs "N. B." ("Núcleo Base").
Ira![editar | editar código-fonte]
Em 1981, Nasi chamaria o amigo Edgard para tocar num show na PUC-SP e ali surgiria o Ira, ainda sem o ponto de exclamação. Completavam a formação o baterista Fabio Scattone e o baixista Adilson.
Embora muitos acreditem que o nome "Ira" fosse inspirado no Exército Republicano Irlandês, ele nada mais do que remete ao sentimento de ira. Como houve muitos enganos sobre o nome, foi incrementado um ponto de exclamação na tentativa de acabar com outras interpretações, alterando, assim, para "Ira!".
Dois anos se passaram até que o produtor Pena Schmidt descobriu a banda, nessa época contando com Charles Gavin (que viria a se tornar membro dos Titãs) na bateria e Dino (companheiro da antiga banda Subúrbio) no contrabaixo, e os levou até a gravadora Warner, onde o Ira! gravaria seu primeiro compacto, IRA, que contava com as faixas "Gritos na Multidão" e "Pobre Paulista".
Os primeiros LPs[editar | editar código-fonte]
Em março de 1985, após trocar Dino por Ricardo Gaspa, e Charles Gavin pelo ex-titã André Jung, o Ira!, com ponto de exclamação, gravaria seu primeiro LP; Mudança de Comportamento, que conta com 11 faixas, entre elas "Núcleo Base", "Ninguém Precisa de Guerra", "Longe de Tudo" e "Ninguém Entende um Mod".
No ano seguinte, com maior prestígio dentro e fora da gravadora, a banda lançaria o LP Vivendo e Não Aprendendo. O disco, lançado em setembro, trazia faixas como "Envelheço na Cidade", "Vitrine Viva", "Pobre Paulista" e "Gritos na Multidão", sendo as duas últimas gravadas ao vivo na Broadway em São Paulo. A canção "Flores em Você" entrou na trilha sonora da novela O Outro da Rede Globo.
Quatro meses depois, a banda ressurgiria com o lançamento do álbum Psicoacústica. Dentre as oito longas faixas estavam "Rubro Zorro", "Manhãs de Domingo", "Farto de Rock 'n' Roll", e um rap de roda "Advogado do Diabo". No caminho para o quarto disco, Edgard Scandurra gravou um disco solo chamado Amigos Invisíveis, onde tocava todos os instrumentos.
Década de 90[editar | editar código-fonte]
O primeiro disco da década de 90 foi Clandestino. Depois, lançaram o disco Meninos da Rua Paulo, em 1991. O álbum continha uma versão de "Você Ainda Pode Sonhar", regravação em português de "Lucy in the Sky with Diamonds", dos The Beatles, originalmente gravada pela banda Raulzito e os Panteras, no disco de mesmo nome, em 1968. Em 1993, Nasi lança o primeiro disco solo com o projeto paralelo Nasi & os Irmãos do Blues. No mesmo ano, o grupo lançou o sexto disco, Música Calma para Pessoas Nervosas, obra que viria encerrar um ciclo do Ira! junto à Warner. Foi autoproduzido pelo grupo.
Em 1996, já na gravadora Paradoxx, o grupo lançou o disco 7 (o primeiro CD da banda, antes eram LPs). Como faixa bônus, o disco trazia "Nasci em 62", tirada de um show com participação de Arnaldo Antunes. O álbum foi gravado logo após uma turnê de quatro shows no Japão que culminaram com uma apresentação no Club Cittá. No final do ano Edgard lançou seu segundo disco solo, Benzina.
Em maio de 1998, o Ira! lança Você Não Sabe Quem Eu Sou. Deixando a gravadora Paradoxx, o Ira! desenvolve o embrião do que viria a ser seu nono disco ao produzir um CD demo, baseado em covers, que acabaria por conduzir o grupo para a Abril Music. Em novembro de 1999 o Ira! lança Isso É Amor.
Anos 2000[editar | editar código-fonte]
Em 2000, a banda lança o MTV ao Vivo gravado no Memorial da América Latina em comemoração aos vinte anos de carreira. O Ira! se apresenta no Rock in Rio III, no ano de 2001, para 250.000 pessoas. Ricardo Gaspa lança[quando?] seu projeto paralelo de surf music Huntington Bitches. Em 2001, o grupo lança o CD Entre Seus Rins, apenas com músicas inéditas.
Em 2004, lançam o Acústico MTV, que trouxe quatro faixas inéditas e também participações de três gerações diferentes na gravação: Os Paralamas do Sucesso, Samuel Rosa e Pitty.
Em 2007, retornando a inéditas, o grupo lançou o álbum intitulado Invisível DJ. Ao todo o disco contém 12 faixas, com a regravação de "Feito Gente", composta por Walter Franco na década de 70.
Brigas, término do grupo e projetos solo[editar | editar código-fonte]
Em 2007, após brigas com o irmão e empresário Airton Valadão, Nasi retirou-se da banda.
Com isso, os ex-integrantes do Ira! assumiram totalmente seus projetos, até então, paralelos. Nasi seguiu em carreira solo e lançou quatro álbuns, dois DVDs e sua biografia A Ira de Nasi, escrita pelos jornalistas Mauro Beting e Alexandre Petillo e publicada pela editora Belas Letras em meados de 2012. Frequentemente faz participações em shows de outras bandas e especiais.
Edgard Scandurra lançou seu DVD Ao Vivo, foi guitarrista das cantoras Bárbara Eugênia e Karina Buhr, fez parte da banda de apoio de Arnaldo Antunes, retomou à banda Smack - outra da qual fez parte no início dos anos 80, além dos projetos EST, junto com a cantora Silvia Tape, Les Provocateurs, Pequeno Cidadão, A Curva da Cintura, ao lado de Arnaldo e do músico do Mali Toumani Diabaté e participou de shows da banda Cidadão Instigado.
André Jung montou a banda F.A.U.T., ao lado de João Gordo; o projeto Urban ToTem; e foi produtor de alguns artistas do pop nacional surgidos no fim da década de 2000, como a banda Stevens e a cantora Manu Gavassi, além de ser patrocinado da Pearl Drums.
Gaspa retomou a banda Gaspa & Os Alquimistas, gravou seu primeiro álbum solo intitulado Gaspa The Bass Player, com as participações especiais de Marcelo Nova e Wander Wildner e realizou projetos musicais ao lado de Luiz Thunderbird.
Reconciliação de Nasi com seu irmão e ex-empresário[editar | editar código-fonte]
No dia 27 de junho de 2012, Nasi e Airton Valadão Júnior, irmão do cantor e ex-empresário da banda, anunciaram à imprensa uma reconciliação após cinco anos de brigas públicas e judiciais. Os irmãos encerraram os processos que moviam um contra o outro e a marca Ira!, que pertencia a Júnior, voltou para Nasi.[3] Na época, a volta da banda aos palcos não foi anunciada. No inicio do ano, em sua página no Facebook e no seu blog, o vocalista disse que não queria voltar com o grupo, mas estava disposto a retomar a amizade com Edgard Scandurra.[4]
A volta e Rock in Rio VI[editar | editar código-fonte]
Em meados de 2013, a amizade entre Nasi e Edgard Scandurra foi retomada. A reconciliação foi celebrada em um show beneficente realizado em 30 de outubro do mesmo ano, no Espaço Traffô, localizado no bairro da Vila Olímpia, em São Paulo. O evento contou com a participação especial de Paulo Ricardo, Arnaldo Antunes, do trompetista Guizado, além de uma banda de apoio formada pelo multi instrumentista Johnny Boy, nos teclados; Daniel Scandurra, filho de Edgard, no baixo; e Felipe Maia, da banda Marrero, na bateria. A renda do evento foi revertida para a Escola NANE, especializada em crianças com dificuldade de aprendizado. Após esse show, surgiu a possibilidade de um retorno definitivo aos palcos.[5]
Após um recesso de sete anos, a banda anuncia seu retorno oficial em janeiro de 2014, porém, sem a presença de André Jung e Ricardo Gaspa, membros da formação clássica. Para a nova turnê, foram recrutados, além de Johnny e Daniel nos teclados e no baixo, o baterista Evaristo Pádua, integrante da banda que acompanha Nasi em sua carreira solo.
Desde então, o grupo vem excursionando por todo o Brasil com o show Núcleo Base.[6] O grupo também passou pelo Palco Sunset do Rock in Rio em 18 de setembro de 2015, primeiro dia da sexta edição do festival. A apresentação, que uniu o Rock ao Hip-Hop e a Soul Music, contou com as participações especiais de Tony Tornado, ícone da black music brasileira e do rapper Rappin' Hood. O show homenageou Tim Maia, morto em 1998, com a música "Festa de Santo Reis".[7]
Em 2016, a banda iniciou a turnê Ira! Folk, em um formato intimista, apenas com violões e baixo acústico.[8] O show foi lançado em DVD em novembro de 2017, em parceria com o Canal Brasil.[9][10]
Integrantes[editar | editar código-fonte]
Linha do Tempo[editar | editar código-fonte]
Formação atual[editar | editar código-fonte]
- Nasi - vocal
- Edgard Scandurra - guitarra e backing vocal
- Evaristo Pádua - bateria
- Daniel Scandurra - baixo
- Johnny Boy - teclados
Ex-integrantes[editar | editar código-fonte]
- André Jung - bateria
- Ricardo Gaspa - baixo e vocal
- Adilson Fajardo - Baixo
- Fábio Scattone - Bateria
- Victor Leite - Bateria
- Charles Gavin - Bateria
- Dino Nascimento - Baixo
Discografia[editar | editar código-fonte]
Álbuns de estúdio[editar | editar código-fonte]
- 1985 - Mudança de Comportamento
- 1986 - Vivendo e não Aprendendo
- 1988 - Psicoacústica
- 1990 - Clandestino
- 1991 - Meninos da Rua Paulo
- 1993 - Música Calma para Pessoas Nervosas
- 1996 - 7
- 1998 - Você não Sabe Quem Eu Sou
- 1999 - Isso É Amor
- 2001 - Entre Seus Rins
- 2007 - Invisível DJ
Álbuns ao vivo[editar | editar código-fonte]
- 2000 - MTV ao Vivo
- 2004 - Acústico MTV
- 2011 - Ira! e Ultraje a Rigor - Ao Vivo Rock in Rio
- 2017 - Ira! Folk (Ao Vivo Em São Paulo)[11]
EPs[editar | editar código-fonte]
- 1983 - IRA
Singles[editar | editar código-fonte]
Ano | Single | Disco |
---|---|---|
1983 | "Pobre Paulista/Gritos na Multidão" | IRA |
1985 | "Longe de Tudo" | Mudança de Comportamento |
1985 | "Núcleo Base" | Mudança de Comportamento |
1986 | "Tolices" | Mudança de Comportamento |
1986 | "Envelheço na Cidade" | Vivendo e Não Aprendendo |
1986 | "Dias de Luta" | Vivendo e Não Aprendendo |
1987 | "Flores em Você" | Vivendo e Não Aprendendo |
1987 | "Vitrine Viva" | Vivendo e Não Aprendendo |
1988 | "Receita para se Fazer um Herói" | Psicoacústica |
1988 | "Pegue essa Arma" | Psicoacústica |
1990 | "Tarde Vazia" | Clandestino |
1990 | "Boneca de Cera" | Clandestino |
1990 | "Nasci em 62" | Clandestino |
1991 | "Você Ainda Pode Sonhar" | Meninos da Rua Paulo |
1992 | "Prisão das Ruas" | Meninos da Rua Paulo |
1992 | "Um Dia como Hoje" | Meninos da Rua Paulo |
1993 | "Arrastão" | Música Calma para Pessoas Nervosas |
1994 | "O Homem é Esperto, mas a Morte é Mais" | Música Calma para Pessoas Nervosas |
1995 | "Me Perco Nesse Tempo" | 7 |
1996 | "Eu Quero Sempre Mais" | 7 |
1996 | "É Assim que Me Querem" | 7 |
1996 | "Difícil é Viver" | 7 |
1997 | "Miss Lexotan 6 mg Garota" | Você Não Sabe Quem Eu Sou |
1998 | "Eu Não Sei" | Você Não Sabe Quem Eu Sou |
1998 | "Vou me Encontrar" | Você Não Sabe Quem Eu Sou |
1999 | "Bebendo Vinho" | Isso é Amor |
2000 | "Teorema" | Isso é Amor |
2000 | "Vida Passageira" | MTV ao Vivo |
2000 | "Superficial (Como Um Espinho)" | MTV ao Vivo |
2001 | "Tolices" | MTV ao Vivo |
2001 | "Entre seus Rins" | Entre seus Rins |
2002 | "Milhas e Milhas" | Entre seus Rins |
2004 | "O Girassol" | Acústico MTV |
2004 | "Tarde Vazia" | Acústico MTV |
2005 | "Eu Quero sempre Mais" | Acústico MTV |
2005 | "Flerte Fatal" | Acústico MTV |
2007 | "Eu Vou Tentar" | Invisível DJ |
2007 | "Mariana Foi pro Mar" | Invisível DJ |
Coletâneas[editar | editar código-fonte]
- Geração Pop (WEA) 1993
- 2 é Demais (WEA) 1996
- Pop Brasil (WEA) 1997
- 2 é Demais - Vol.2 (WEA) 1998
- O Melhor da Música do IRA! (WEA) 1998
- E-Collection (WEA) 2000
- Warner 25 Anos (WEA) 2001
- Warner 30 anos (WEA) 2006
- Nova Série (WEA) 2007
- Super 3 (WEA) 2009
- Os Maiores Sucessos (Cooperdisk) 2011
Videografia
- 2000 - MTV ao Vivo
- 2004 - Acústico MTV
- 2007 - Invisível DJ
- 2011 - Ira! e Ultraje a Rigor - Ao Vivo Rock in Rio
- 2017 - Ira! Folk (Ao Vivo Em São Paulo)
Ira! por outros artistas[editar | editar código-fonte]
- "Advogado do Diabo": Chico Science & Nação Zumbi e Treme Terra
- "Tolices": Pato Fu
- "Logo de Cara:Kiko Zambianchi
- "Mudança de Comportamento": Kid Abelha
- "A Fumaça É Melhor Que O Ar": Relespública
- "Dias de Luta": Gram, Vespas Mandarinas e Lobão[12]
- "Eu Não Sei (I Can't Explain)": Ultraje a Rigor
- "Eu Quero Sempre Mais": Roberta Miranda e Lucas & Luan
- "Envelheço na Cidade": Biquini Cavadão e Tsubasa Imamura
- "Abraços e Brigas": Nenhum de Nós
- "Culto de Amor": Negra Li
- "Flores em Você": Rock Your Babies
- "Núcleo Base": Vespas Mandarinas[13] e Lobão
- "Gritos na Multidão": Vespas Mandarinas
Ira! em trilhas sonoras[editar | editar código-fonte]
- "1914" em Os Trapalhões no Rabo do Cometa
- "Longe de Tudo" e "Núcleo Base" em Areias Escaldantes
- "Flores em Você" em O Outro
- "Balada Triste" em Confissões de Adolescente
- "Eu Quero Sempre Mais" e "Núcleo Base" em Começar de Novo
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