vejo como cai a chuva
é o céu, que como eu chora
vital, como a mão para a luva
é vivenciar o presente que o futuro ignora
o que está logo á frente
logo após aquela curva
será o dia porvir tão diferente
do que esta noite em que há chuva?
será que você vem
daqui a um mês, daqui a um ano
talvez tenha eu no peito
um coração tão desumano
que não mereça um aconchego?
canto triste, uivo como um lobo
por um amor que ainda não veio
por tudo que ainda não aconteceu
pelos filhos que não nasceram
pelo amor que não floresceu
pelas brigas que não houveram
a reconciliação que não surgiu
pelos lábios que os meus não quiseram
pelo leito que não tem um rio
choro triste o tempo inteiro
até quando?
verão - 1997
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