Meia do Internacional, que passou quase oito anos no Beira-Rio, fala da sua ligação com o clube, relembra chegada ao clube gaúcho e título histórico no Mundial de Clubes

GOAL

Em entrevista exclusiva a Goal, o meia Alex, hoje com 34 anos, que passou quase oito no Internacional, relembrou os melhores momentos de sua passagem por Porto Alegre, no dia em que o Colorado completa 107 anos de história.
O ídolo, que nasceu no interior do Paraná, chegou à Capital Gaúcha em 2004, conquistou uma Libertadores (a primeira do clube), duas Sul-Americanas, cinco estaduais e esteve presente na histórica batalha, em que o clube bateu o Barcelona de Ronaldinho Gaúcho no Mundial de Clubes.
Qual sua relação com o Colorado?
"O Inter praticamente mudou a minha história e da minha família. Ele me transformou, me formou como ser humano, como profissional de alto padrão, pois me fez atingir o ápice, de chegar à Seleção, de me fazer protagonista, de chegar ao meu nível máximo, de marcar 33 gols em um ano".


Você chegou novo a Porto Alegre. Como foi esse processo?
"O Inter me ajudou a crescer como profissional e como pessoa. São oito anos de 34, eu cheguei aqui antes de completar 22 anos, o Inter é crucial na minha vida, por isso que existe uma ligação tão forte".
Um jogo inesquecível?
"Graças a Deus, a muito trabalho e a muita gente de sucesso, são muitos momentos (no Inter), de dificuldade, de conquista, que se complementam. É difícil escolher apenas um jogo, pois eu vivi, com o Inter, uma experiência, de estruturação, para que isso acontecesse. O dia histórico para mim foi chegar ao Internacional. Parece que tinha de ser no Inter dessa maneira. Minha chegada aqui eu guardo como uma lembrança maior".
E os momentos difíceis?
"Os dois primeiros anos eu tive lesões, até me encontrar, me conhecer melhor como profissional. Eu fui muito testado aqui no Internacional, com essa pressão, com essa história que o Inter já tinha e que se reforçou depois. É um negócio que superou tudo que eu poderia imaginar".
Conte pra nós um pouco do início da sua carreira...
"Desde pequeno, eu nem imaginava ser jogador de futebol, não porque não gostasse, pois eu vivi futebol desde os meus sete anos, competindo, no futsal. Mas eu vivia lá no interior do Paraná, numa cidade de 4 mil habitantes. Para mim, o futebol era algo de televisão, de torcer, acompanhar e só".
"Por mais que você pense, você nunca imagina que poderia alcançar tanto e se firmar tanto na história de um clube como o Inter. De quase 300 jogos em quase oito anos, se não me engano são 12 títulos pelo menos. A gente teve muita conquista, entrando num nível seleto de atletas. Sem falar na Libertadores inédita, depois de cem anos".
(Foto: Getty Images)
Qual a maior lembrança do Mundial contra o Barça?
"Um Mundial com o Barcelona, naquele momento... Eu não julgo se eles jogavam o futebol de hoje, pois essas equipes nunca vão se enfrentar, mas eu tenho certeza, que se jogasse hoje, seria também em alto nível. Era a equipe sensação do momento. Não tinha o Messi ainda, pois ele estava surgindo, mas tinha o cara que é um dos maiores da história que é o Ronaldinho Gaúcho".
"Junto com Deco, Iniesta, Thiago Motta, Xavi, que estava no banco. Tudo que eles tinham, respeitado por todo mundo e visto como o melhor futebol. Eu acordava de manhã para ver quando os outros clubes estavam no Mundial e lembrar daquilo tudo parece meio surreal. Parece que não caiu a ficha de tudo que eu consegui conquistar".
Onde o Internacional venceu os catalães?
"O principal dali foi a organização. Quando Fernando Carvalho assumiu o Inter, lá em 2012, que quase caiu, e ali ele começou a colocar um conceito e uma mentalidade no Inter, do que ele queria e gostaria de alcançar. Para fazer o Inter voltar a ter uma época de glórias".
"O clube buscou atletas experientes, trouxe Abel Braga, mas o Fernando Carvalho foi a base de tudo isso. A gente teve oportunidade de ficar tempo no clube, com uma estrutura, e nisso a gente criou sentimento, pois fomos experimentados, duas vezes em Sul-Americanas. E perdemos para o Boca, uma vez fomos vice-campeões brasileiros, em 2005, com toda aquela situação. Então, já tínhamos um time meio calejado".
Como lidar com o rótulo de "azarão"?
"O Barcelona, jogando o seu melhor futebol, seria e vai ser sempre infinitamente melhor, mas a gente tinha certeza da nossa capacidade, de tudo que a gente tinha vivido. A gente poderia também, com as nossas armas, ser melhor que o adversário".
"A gente era muito unido. Era um dia único para a gente, era como o jogo das nossas vidas".

Fonte: http://www.goal.com/br/news/11072/exclusivo/2016/04/04/22008872/no-anivers%C3%A1rio-de-107-anos-do-internacional-alex-relembra