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14 h ·
Quando eu me propus a falar sobre fanzines para o Forgeeks, pensei em que eu poderia dizer sobre o assunto, que fosse novo, elucidativo, esclarecedor. Podia eu despejar aqui toda a informação que já circula pela net, em que ano foi o primeiro a ser feito no mundo, no Brasil, qual seu assunto, qual o primeiro vendido em banca, etc, etc, etc. O fato é que o fanzine continua sendo hoje, o que a internet é para as novas gerações: a voz dos que não tem voz.
Meu primeiro contato com fanzines, foi no principio da minha adolescência, com os manifestos políticos e libertários do movimento Anarcopunk de Porto Alegre. Nele continham discursos, letras de punk rocks anarquistas, charges, gravuras, palavras de ordem e esperança. Era o fim da ditadura, o inicio da democracia. Inspirado pelo lema punk, "do it yourself" (faça você mesmo), fiz em 1991 meu primeiro fanzine mimeografado chamado "O Espelho".
Nele continha poemas, artes de amigos e contos. Sim, porque um fanzine pode falar de tudo: moda, musica, espiritualidade, quadrinhos, ciência, etc. Os zines, eram os blogs da época analógica. Eram e continuam sendo a voz de quem nao tem voz. Sim. Porque a era digital nao exterminou esse velho guerreiro. Com a variedade de meios de impressão os fanzines multiplicaram-se. Quero nesta série de textos falar, nao só da historia dos zines, mas de como ele continua sendo a imprensa alternativa que viceja e cada vez mais se multiplica no século 21.
Aguardem!
Ceroni Cunha: escritor com 3 livros publicados, sendo o ultimo deles o primeiro livro gaúcho em cd rom, poeta, musico, fanzineiro, roteirista amante do bom churrasco, de um bom chopp e das prendas. Formado em teologia, e por ser autodidata, tudo isso que citamos acima. Além de ser um ser humano incrivelmente modesto. ;)
Ceroni Cunha e Denilson Reis
Ceroni Cunha e Paulo Kobielski
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