quinta-feira, 13 de junho de 2019
Salomão
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Salomão
Rei de Israel
Ícone de Salomão em monastério russo.
Reinado 966 a.C - 926 a.C
Consorte Filha do faraó Psusenes II
Antecessor(a) David
Sucessor(a) Roboão (em Judá)
Jeroboão (em Israel)
Casa Casa de Davi
Nascimento 1050 a.C.
Jerusalém
Morte 931 a.C.
Jerusalém
Pai David
Mãe Bate-Seba
Salomão foi um rei de Israel (mencionado, sobretudo, no Livro dos Reis), filho de David com Bate-Seba, que teria se tornado o terceiro rei de Israel, governando durante cerca de quarenta anos (segundo algumas cronologiasbíblicas, de 966 a 926 a.C.). Salomão também é o escritor de Provérbios e Eclesiastes, livros sapienciais da Bíblia.
Índice
1Salomão na tradição bíblica
1.1Riquezas de Salomão
1.2Templo de Salomão
1.3Reinado de Salomão
1.4Divisão do Reino
1.5Tradição posterior
1.6História do bebê
1.7Tratamento
2Salomão na tradição islâmica
3Salomão, à luz da História e da Arqueologia
4Títulos nobiliárquicos e tratamentos
5Ver também
6Referências
Salomão na tradição bíblica[editar | editar código-fonte]
O nome Salomão ou Shlomô (em hebraico: שלמה ), deriva da palavra Shalom, que significa "paz" e tem o significado de "Pacífico". Também chamado de Jedidias (em árabe سليمان Sulayman) pelo profeta Natã. (II Samuel 12:24, 25)
Foi quem, segundo a Bíblia (em Reis e em Crônicas), ordenou a construção do Templo de Jerusalém, no seu 4.º ano, também conhecido como o Templo de Salomão. Depois disso, mandou construir um novo Palácio Real para o Sumo Sacerdote, o Palácio da Filha de Faraó, a Casa de Cedro do Líbano e o Pórtico das Colunas. A descrição do seu trono era exemplar único em seus dias. Mandou construir fortes muralhas na cidade de Jerusalém, bem como diversas cidades fortificadas e torres de vigia.
Salomão se notabilizou pela sua grande sabedoria, prosperidade e riquezas abundantes, bem como um longo reinado próspero,mas com alguns inimigos. No livro de 1 Reis 11:14 podemos ver que o Senhor Deus levanta adversários contra o rei, são estes: Hadade o edomita que queria vingança pelo seu povo, que havia sido derrotado em Edom, pelas mãos de Davi seu pai: Rezom, filho de Eliada que fugiu de Hadaezer, rei de Zobá seu senhor, com o objetivo de se vingar também da descendência de Davi, pelo motivo de Davi ter matado seus homens de guerra quando Rezom foi capitão de um esquadrão, como diz em 1 Reis 11 versículo 24.Jeroboão: também se levantou contra Salomão como conta os versículos 26 à 32 de 1 Reis 11. Após a sua morte ocorreu o cisma nas tribos de Israel, originando o Reino de Judá (formado pelas duas tribos), ao Sul, e o Reino de Israel Setentrional (formado pelas dez tribos), ao Norte.
Riquezas de Salomão[editar | editar código-fonte]
"O peso do ouro que se trazia a Salomão cada ano era de seiscentos e sessenta e seis taletos de ouro"[1] de tributos, além das outras fontes que não eram o próprio povo.[2] "Todas as taças de que se servia o rei Salomão eram de ouro,[...]não havia nelas prata, porque nos dias de Salomão não se dava a ela estimação nenhuma",[3] ou seja, a riqueza em ouro do rei era tamanha que não precisava demonstrar sua riqueza em prata. Uma hipérbole bíblica: "Fez o rei que, em Jerusalém, houvesse prata como pedras e cedros (madeira nobre) em abundância como os sicômoros (espécie de árvore comum na região) que estão nas planícies."[4]
"O rei tinha no mar uma frota de Társis, com as naus de Hirão; de três em três anos, voltava a frota de Társis, trazendo ouro, prata, marfim, bugios e pavões. Assim, o rei Salomão excedeu a todos os reis do mundo, tanto em riqueza como em sabedoria. Todo o mundo procurava ir ter com ele para ouvir a sabedoria que Deus lhe pusera no coração. Cada um trazia o seu presente: objetos de prata e de ouro, roupas, armaduras, especiarias, cavalos e mulas, assim, ano após ano."[5]
O rei Salomão realizou uma expedição a Ofir, terra cuja localização é imprecisa. "Dentre as sugestões apresentadas estão o oeste da Arábia, o cabo Horn, na África, a Índia e até mesmo o Brasil."[6] Nesta expedição ele contou com o apoio de seu amigo, o rei de Tiro, Hirão, que enviou-lhe marinheiros experientes.[7] A descrição da expedição é "Chegaram a Ofir e tomaram de lá quatrocentos e vinte talentos de ouro, que trouxeram ao rei Salomão".[8]
Templo de Salomão[editar | editar código-fonte]
Salomão ordenou a construção do primeiro Templo de Jerusalém, que começou a ser construído no quarto ano de seu governo, no segundo mês do ano 480 depois da saída de Israel do Egito. Foram necessários 30 000 trabalhadores para serrar a madeira no Líbano, 70 000 para o transporte das cargas e 80 000 que talhavam as pedras nas montanhas, além de 3 300 chefes-oficiais.[9]
O templo media sessenta côvados de comprimento, vinte de largura e trinta de altura.[10] Era todo revestido em seu interior por cedro, madeiras nobres, e nenhuma pedra se via; o chão era de tábuas de cipreste, também madeira nobre; posteriormente cobriu-se todo o interior do templo de ouro puro.[11] O Santo dos Santos, câmara mais especial, que guardava a Arca da Aliança, era revestido totalmente de ouro, e era um cubo cuja aresta media vinte côvados.[12] O altar também foi coberto de ouro. O templo também apresentava enormes átrio (arquitetura)átrios (pátios) exteriores[13]
Reinado de Salomão[editar | editar código-fonte]
Salomão em seu trono
Ingobertus, c. 880, Basílica de São Paulo Extramuros, Roma
Existem diferentes datas para divisão do reino de Israel. Veja isso em Cronologia bíblica.
Adonias, o filho primogénito de David, proclamou-se pretendente ao trono e sucessor de seu pai. Segundo os profetas, era da vontade divina que o sucessor fosse Salomão, filho de David e Bate-Seba. Visto que Salomão não era o herdeiro imediato ao trono, isso levou a intrigas e conspirações pelos partidários de Adonias. O direito de Salomão ao trono é assegurado mediante ação decidida de sua mãe, do Sumo Sacerdote Zadoque e do profeta Natã, com aprovação do idoso rei David. Logo que se tornou rei, Salomão eliminou todos os conspiradores e consolidou o seu reinado.
Diferentemente de seu pai, Salomão não se tornou um líder guerreiro, pois isso não foi necessário. Soube manter a grande extensão territorial que herdara de seu pai. Mostrou, de acordo com a tradição judaica, ser um grande governante e um juiz justo e imparcial. Soube habilmente desenvolver o comércio externo e da indústria, as relações diplomáticas com países vizinhos, o que levou a um progresso considerável das cidades israelitas.
Salomão casou-se com uma filha do faraó (Anelise) e recebeu como dote de casamento a cidade cananeia de Gezar. Renovou a aliança comercial com Hirão, Rei de Tiro. Ficou conhecido por ter ordenado a construção do Templo de Jerusalém (também conhecido como o Templo de Salomão), no monte Moriá. Isto ocorreu no seu 4º ano de reinado, exatamente no 480.º ano (479 anos completos mais alguns dias ou meses) após o Êxodo de Israel do Egipto. (Os historiadores e exegetas bíblicos consideram esta data como artificial, embora haja alguns biblistas que a consideram uma sincronização autêntica.)
Após isso mandou construir fortes muralhas na cidade de Jerusalém, bem como mandou reconstruir e fortificar diversas cidades (como por exemplo, Megido, Bete-Seã, Hazor…) e construir cidades-armazém.
Salomão organizou uma nova estrutura administrativa, dividindo as terras em 12 distritos administrativos governados por funcionários nomeados diretamente pela administração central. No exército, deu especial importância a cavalaria e aos carros de guerra. Dispunha no porto de Eziom-Geber, no golfo de Aqaba de uma frota de navios comerciais de longo curso, chamados de "navios de Társis".
Segundo I Reis 11:3, A estas nações uniu-se Salomão por seus amores. Teve setecentas esposas de classe principesca e trezentas concubinas. E suas mulheres perverteram o coração.
Divisão do Reino[editar | editar código-fonte]
Com a sua morte, Roboão, seu filho, sucedeu-lhe no trono. Em vez de ouvir o conselho dos anciãos das tribos de Israel para aliviar a carga tributária e os trabalhos compulsórios impostos por seu pai, ele mandou aumentá-los. Isso levou à rebelião das tribos setentrionais e à divisão do reino em dois novos reinos: o Reino de Israel Setentrional (ou Reino das Dez Tribos, tendo como rei Jeroboão I), e o Israel Meridional (tendo por capital Jerusalém e como rei, Roboão).
Tradição posterior[editar | editar código-fonte]
A tradição posterior imputaria a Salomão grande sabedoria e ao seu reinado o status de época áurea. Ele é considerado dentro da tradição judaico-cristã, como o homem mais sábio que já viveu até então. A Bíblia nos relata que no seu reinado diversos reis e governantes vinham a Israel fazer perguntas e receber conselhos do rei Salomão, incluindo a rainha de Sabá. Durante os séculos posteriores, diversas obras de outros autores eram imputadas a Salomão, para dar-lhes valor.
História do bebê[editar | editar código-fonte]
A Salomão é atribuída a famosa história de que duas mulheres foram ao seu palácio. Duas mulheres tiveram filhos juntos, um dos filhos morreu e a mãe do que morreu, pegou o da outra mãe. De manhã, ela percebeu que aquele que tinha morrido não era seu filho e começaram a discutir. Foram até o palácio do rei Salomão e contaram-lhe a história. Ele mandou chamar um dos guardas e lhe ordenou: "Corte o bebê ao meio e dê um pedaço para cada uma". Falado isso, uma das mães começou a chorar e disse: "Não, eu prefiro ver meu filho nos braços de outra do que morto nos meus", enquanto a outra disse: "Pra mim é justo". Salomão, reconhecendo a mãe na primeira mulher, mandou que lhe entregassem o filho.[14]
Tratamento[editar | editar código-fonte]
Por ser um rei muito antigo, Salomão não tinha um tratamento moderno na forma como conhecemos hoje. O soberano reinante era tratado como "Senhor" ou "Meu Rei".
Salomão na tradição islâmica[editar | editar código-fonte]
O rei Salomão aparece no Corão com o nome de Sulayman ou Suleiman. No Islão, é considerado como um profeta e um grande legislador da parte de Alá.
Salomão, à luz da História e da Arqueologia[editar | editar código-fonte]
O principal documento que diz a respeito do rei Salomão é a própria Bíblia, que diz que ele tinha centro um reino amplo e próspero, conforme descrito no Livro dos Reis. Ademais, tendo sido Salomão um rei famoso por sua sabedoria e riqueza (como mostrado na Bíblia), tanto que a Rainha de Sabá ouviu a fama de Salomão, viajou a Jerusalém, e se encantou com a sua sabedoria. Entretanto, as menções acerca da riqueza de Salomão e do reino de Israel presentes na Bíblia não são apenas superficiais, mas relatam expressivas fortunas, como a adquirida na expedição a Ofir, onde o lucro foi de cerca de dezesseis toneladas de ouro (precisamente 420 talentos de ouro),[15] e a necessária para a construção do Templo de Salomão (veja os tópicos: Templo de Salomão e Riquezas de Salomão).
Em 2010, foram descobertas antigas fortalezas escavadas em Jerusalém que sustentam a narrativa bíblica da época do Rei Salomão.[16] Já em 2013, uma equipe de arqueólogos encontrou uma mina de cobre em Israel, evidenciando, através de fezes de animais, que o local fora usado para produção do metal em larga escala, no século X a.C., época de Salomão. A partir do fato, os pesquisadores consideraram verossímil que os adornos narrados na Bíblia tenham, de fato, sido usados na construção do templo.[17]
Títulos nobiliárquicos e tratamentos[editar | editar código-fonte]
971 a.C.-931 a.C.: O rei Salomão do Reino Unido de Israel e Judá
Ver também[editar | editar código-fonte]
O Commons possui uma categoriacontendo imagens e outros ficheiros sobre Salomão
Reino de Israel
Provérbios
Cântico dos Cânticos
Eclesiastes
Livro da Sabedoria
Testamento de Salomão
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