quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Em palestra organizada pelos clubes, times sub-14 de Grêmio e Inter se reencontram após briga

 

Régis, zagueiro que teve a carreira encerrada por uma agressão, falou aos adolescentes

Atualizada em 06/01/2015 | 19h0206/01/2015 | 17h24
Em palestra organizada pelos clubes, times sub-14 de Grêmio e Inter se reencontram após briga Ricardo Duarte/Agencia RBS
Foto: Ricardo Duarte / Agencia RBS
O ar era pesado na sala anexa ao estádio Passo D'Areia. Jogadores sub-14 de Grêmio e Inter se misturavam nas mesas de quatro lugares, e ouviam atentos. Régis, o palestrante da tarde desta terça-feira, ex-jogador do Caxias que teve a carreira encerrada aos 21 anos e a vida ameaçada por um soco de Darzone, que defendia o Passo Fundo, já havia mostrado aos meninos o vídeo da agressão.
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Decidiu, então, fazer com que os rivais se encarassem, mas em circunstâncias bem diferentes da briga generalizada que tomou conta da final do Gauchão da categoria, no mês passado.
— Vamos lá, gurizada. Fica um jogador do Inter de frente para um do Grêmio!
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Os protagonistas do episódio que resultou no pedido em conjunto dos dois clubes para que fossem eliminados do campeonato, dando o título ao Juventude, atenderam à ordem. Ao comando de Régis, contaram para o rival a sua frente qual era o sonho de sua vida.
— Tenho certeza de que todos vocês querem ser jogadores, querem jogar na Arena lotada, no Beira-Rio lotado. Pois era esse o meu sonho. E ele foi tirado de mim — disse o ex-jogador, hoje com 36 anos, com a voz já embargada.
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De pé, os adolescentes permaneciam em silêncio, os olhos arregalados em sinal de choque. Estava entregue a mensagem que Grêmio e Inter, organizadores da ação educativa, queriam passar.
Antes, ficara evidente o constrangimento dos dois lados. A delegação do Inter, que chegou ao local pouco antes das 16h, encontrou os jogadores gremistas já sentados. Após cumprimentos protocolares, os colorados se acomodaram, mas a separação ficou clara: de um lado da sala, apenas camisas vermelhas. Do outro, as pretas do uniforme de passeio do Grêmio.
Ao comando de dirigentes dos dois clubes, os atletas se misturaram, e começou a integração regada a refrigerante e alimentada pelo lanche da tarde. O gelo, que se quebraria definitivamente com o relato de Régis, começava a ceder.
Era o objetivo da Dupla, que se assustou com a agressividade dos meninos na confusão. A partir daí, decidiu pela "autopunição" e pelo evento que misturou os rivais. Nas semanas entre o incidente e a palestra desta terça, muita conversa para acalmar os ânimos e conscientizar os meninos da gravidade das agressões.
— A gente se conhece, tem amigos do outro lado. Se enfrenta várias vezes por ano. A rivalidade é sem violência, e tem que ficar dentro de campo - disse o menino Caio, meia do Grêmio.
— Gre-Nal é Gre-Nal, é um jogo sempre nervoso, mas não tem explicação fazer o que a gente fez. Essa palestra foi necessária - completou o atacante Pedro, do Inter.

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