quarta-feira, 13 de maio de 2020

Vitória - Primeiros Titulos


Primeiros títulos, amadorismo e o jejum

Elenco do Victoria campeão baiano de 1908.

O Vitória iniciou sua jornada de conquistas no futebol, após ter sido vicecampeão nas duas edições anteriores (1906 e 1907), em 1908, quando se tornou, pela primeira vez, campeão baiano num campeonato disputado apenas por três clubes pela primeira vez, devido a saída do Bahiano, que dissolveu-se.[74][75][76] O bicampeonato veio no ano seguinte.[17][74][77] Estes foram os dois únicos Estaduais vencidos pelo Vitória na era do amadorismo.[74] A partir de então, de 1910 a 1952, o clube não ganharia nenhum título por causa do amadorismo, vivendo um de seus piores momentos da história.[17]

Depois de ser vice-campeão por mais duas ocasiões, em 1911 e 1912, a Liga foi abolida por prováveis divergências internas.[78] Assim, outra liga tomou parte do campeonato em 1913, dessa vez admitindo jogadores e clubes de classes inferiores e, principalmente, negros, o que não agradou os clubes da "velha guarda". O Vitória e os outros times que faziam parte da organização dos campeonatos até então não concordaram com o novo estilo e abandonaram a Liga,[79] abrindo espaço para outros clubes se inscreverem.[80] Assim, de 1913 a 1919, o rubro-negro não participou do certame, deixando que outros times se consolidassem no estado e tomassem conta dos títulos baianos, fazendo com que, no seu retorno, em 1920, o Leão não obtivesse o mesmo êxito com suas equipes.[78][80]

Partida entre Victoria e Santos Dumont pelo Baiano de 1907.

O Vitória ficou de fora ainda das edições de 1930, 1931 e 1937, devido ao seu problema com o amadorismo. Nas décadas de 1930 e 1940, os jogadores eram, em sua maioria, universitários, que deixavam o time assim que se formavam. Quando não, o Vitória perdia os jogadores para outros times que ofereciam altos salários, times já profissionais.[81]

Apesar desses problemas, o rubro-negro conseguiu se sagrar hexacampeão do Torneio Início, em 1926, 1941, 1942, 1943, 1944 e 1949, torneio de grande credibilidade na época e que não deixou o time da Barra ser esquecido pelos torcedores.[82]
Profissionalização e títulos

Os esportes olímpicos continuaram sendo a prioridade do Sport Club Victória até o início da década de 1950, quando o Vitória ainda não tinha se profissionalizado totalmente, já tinha deixado de disputar diversos campeonatos e, assim, não conseguido títulos por um bom tempo. Esse "problema" foi resolvido em 1953 (o primeiro a ser disputado integralmente na Fonte Nova), já adotando o profissionalismo no futebol,[17][74] numa partida emocionante contra o Botafogo quando conquistou seu terceiro título do Campeonato Baiano e que teve como grande destaque Quarentinha, artilheiro da competição.[74][83]
“ Tão emocionante foi esse tento que a torcida rubro-negra vibrou de forma incomum, que um fan do clube da Barra acabou por desmaiar, somente vindo a se restabelecer muitos minutos depois [...] Meia hora antes do embate terminar e os fans do Vitória, inclusive fantasiados e mascarados, começaram a convergir para a pista ”


A partir daí, o seu grande rival, o Esporte Clube Bahia, então conseguiria dominar o Estadual e o Vitória só ganharia os Campeonatos de 1955[84] e 1957;[85] de 1964 e 1965 (segundo bicampeonato conquistado);[17] de 1972, de 1980,[86] de 1985 e o de 1989.[87] Nesse período, o Bahia chegou a ser heptacampeão, entre 1973 e 1979 – a maior sequência de títulos do futebol baiano.[88]
Bicampeonato boicotado pela imprensa

Após conquistar o primeiro turno do Campeonato Baiano de 1964, um jornalista divulgou no seu jornal que o time rubro-negro vinha escalando um jogador irregular na conquista da primeira parte do certame.[89] Tal jornalista, alguns dias depois, foi agredido num ônibus e Ney Ferreira, presidente do Vitória, e seu diretor de esportes, Henrique Cardoso foram acusados do ato. Essas acusações serviram para que a imprensa boicotasse qualquer notícia dos dois campeonatos que o time da Barra veio a conquistar.[89]

O professor Paulo Leandro, no seu trabalho "O jornalista e o Cartola", lembrando do Esporte Jornal, único meio de comunicação que continuou a noticiar sobre o Vitória, relatou o fato que até hoje é lembrado pelos torcedores:
“ Nenhum veículo impresso, exceto o Esporte Jornal, noticiou o título do Vitória, um fato raro no mundo, em se tratando de um grande clube, capaz de mobilizar multidões e gerar um mercado rentável ”

Campeonato Baiano de 1972 e Brasileirão

O rival tricolor do Vitória dominava o cenário estadual nas décadas de 1930 e 40. Ao rubro-negro, restava tentar acabar com essa hegemonia a cada ano que passava. Na década de 1960, já havia conseguido um histórico bicampeonato, mas, na década seguinte, apenas em um ano algum time conseguiu fazer com que o título não fosse para o tricolor. E foi em 1972, quando o rubro-negro contava com um ataque devastador: Osni, André Catimba e Mário Sérgio.[74][91][92]

O elenco daquela conquista é lembrado como um dos melhores de todos os tempos já formado pelo Leão.[93][94] O primeiro turno foi conquistado pelo rival, depois de derrotar o Vitória, invicto até então. No segundo turno, a decisão foi mais uma vez num Ba-Vi, com o Vitória mais uma vez invicto e, dessa vez, se saindo vencedor.[74] O terceiro turno foi decidido nos pênaltis com o tricolor se sagrando vencedor.[95]

Assim, a final do campeonato seria decidida em mais um clássico, a décima decisão do certame estadual com um Ba-Vi. O Vitória precisava vencer os dois jogos para sagrar-se campeão. E venceu. Com dois gols de Osni e um de Catimba, o Vitória venceu por 3 a 1 o segundo jogo, depois de ter triunfado por 2 a 1 no primeiro (os dois gols de Mário Sérgio), e sagrou-se pela primeira vez campeão baiano invicto na história, a sua oitava conquista do baianão.[74]

Ainda em 1972, o Vitória fez sua estreia no Campeonato Brasileiro de Futebol, após ter ficado de fora da edição de 1971. Ficou na vigésima colocação, entre 26 equipes, com seis vitórias, dez empates e nove derrotas.[96] Faria, no entanto, uma partida histórica, recebendo o Santos de Pelé na Fonte Nova, no dia 17 de setembro de 1972, onde venceu por 1 a 0, com gol de Almiro.[97] No ano seguinte, o Vitória também venceria o primeiro Ba-Vi ocorrido em campeonatos brasileiros, batendo o Bahia por 1 a 0 na Fonte Nova, com gol de Mário Sérgio.[98] Manteve-se invicto contra o rival em competições nacionais até 1977.[99]
Torneio José Américo de Almeida Filho

No ano de 1976, ocorreu a segunda edição do Torneio José Américo Filho. Com doze equipes disputando o certame, o rubro-negro foi campeão após vencer, na final, o América de Natal por 3 a 0, com dois gols de Zé Júlio e um de Geraldão. A campanha vitoriosa teve sete vitórias, cinco empates e apenas uma derrota.[74][86]

Após reivindicações do Vitória, essa competição chegou a ser reconhecida inicialmente pela CBF, em setembro de 2012, como equivalente ao que nos dias de hoje é a Copa do Nordeste, através de seu guia anual, Guia do Campeonato Brasileiro de 2012. Porém, os títulos deste documento, foram anunciados pelos próprios clubes e não pela CBF em si (cabe também observar que o reconhecimento de títulos pela CBF vem através de Resoluções de Presidência da mesma, não através do Guia do Campeonato Brasileiro. O referido Guia traz, inclusive, uma seção de bibliografia, em que constam fontes externas (diversos sites, inclusive a própria Wikipédia), que não são documentos oficiais da CBF.).[30][100] Mas nas edições posteriores, esta decisão foi revista, como na edição do Guia do Brasileirão - CBF 2015.[30][101]
Década de 1980: Surgimento do "Nêgo", lançamento de hino e Barradão

O grito mais famoso dos torcedores do Vitória, o "Nêgo", foi incorporado depois de um erro da torcida, fato acontecido em 1981, num jogo contra o Grêmio, contando pelo Campeonato Brasileiro. Depois de começar o segundo tempo perdendo por 1 a 0, a Vitoraça, torcida organizada do time, procurou motivar os jogadores com seus gritos. Um deles, o "Leeeeãããão", que seria usado pela primeira vez, acabou pegando, mas de outra forma. O resto do estádio ouviu errado e acabou gritando "Nêêêêgoooo", e hoje o grito é o mais usado nos jogos do rubro-negro.[2]

Mas um dos fatos marcantes da década de 80 aconteceu no dia 1 de agosto de 1985, quando o clube lançou o seu novo hino, de autoria do compositor Walter Queiroz Júnior. Era a campanha "Este hino vai levantar o Estádio", que pretendia arrecadar recursos para a conclusão do Barradão. E em 1986 o Estádio Manoel Barradas é inaugurado, dando continuidade ao projeto do Complexo Esportivo da Toca do Leão, que depois passou a se chamar Complexo Esportivo Benedito Dourado da Luz, iniciado no final dos anos 70. O primeiro gol marcado no estádio foi de Dino Furacão do Santos, amistoso que terminou empatado em 1 a 1.[74][102]
Década de 1990: Independência e hegemonia estadual

A década de 1990 foi certamente uma reviravolta na história do Vitória. Uma nova diretoria havia tomado controle do time alguns anos antes com promessas de torná-lo um clube de ponta do Brasil. A primeira conquista foi a independência financeira, já que o clube ainda vivia de doações e favores de seus torcedores ilustres.[103] A gestão se caracterizou pelo alto investimento (ainda que baixo para os padrões do futebol brasileiro na época) nas categorias de base,[104] o que deu resultado: com seis conquistas do Campeonato Baiano de Futebol (1990, 1992, 1995, 1996 e 1997) contra quatro do rival, o Vitória consolidou uma hegemonia estadual e diminuiu a larga vantagem do arquirrival em títulos estaduais e confrontos diretos do clássico Ba-Vi, o maior clássico do Norte/Nordeste e um dos maiores do Brasil.[74][105][106]
Vice-campeonato brasileiro

A década começou promissora, com o terceiro bicampeonato da história do rubro-negro, em 1989-90.[87] Três anos depois, no seu retorno à Série A, o Vitória montou um elenco modesto com uma folha de pagamento extremamente pequeno, dando prioridade à sua divisão de base, que viria a ser sua principal arma para o futuro. Nomes como Dida, Paulo Isidoro, Alex Alves, Rodrigo, Giuliano foram incorporados ao elenco principal naquele mesmo ano, e foram peças fundamentais para a campanha do Leão no certame.[107]

Depois de eliminar times como Flamengo, Santos e Corinthians, o Vitória chegou à final contra o milionário Palmeiras. A diferença entre os dois clubes era gritante. Para se ter uma ideia, a folha salarial inteira do time baiano correspondia apenas ao salário de Edmundo, atacante do time paulista.[108] O Palmeiras acabou vencendo os dois jogos da final, levando o título e deixando o vice-campeonato para o rubro-negro.[74][109] No entanto, merece destaque o fato do rubro-negro ter levado quase 80 mil pagantes na primeira partida da final, disputada na Fonte Nova.[110]
Tricampeonato baiano e Nordestão

Só em 1997 o Vitória voltaria a fazer uma campanha satisfatória no Campeonato Brasileiro, ano em que terminou em 9° lugar, a 1 ponto da classificação à fase final. 1997 também foi o ano do primeiro Tricampeonato Baiano do time da Barra[111] e da sua primeira Copa do Nordeste, certame no qual obteve 5 triunfos, 2 empates e apenas 1 derrota, feitos conseguidos depois de bater o arquirrival Bahia nas finais de ambos campeonatos.[112]

Na campanha do tricampeonato, o Leão teve 17 vitórias, 3 empates e 2 derrotas. Somando-se os números das campanhas anteriores, 1995 e 1997, tem-se 93 jogos, 62 vitórias, 20 empates e 11 derrotas.[36]

O Vitória eliminou das semifinais o Ceará e após ter ganhado na partida de ida por 3 a 0 e derrotado na volta, por 2 a 1, foi o campeão.[74]
Centenário

O tetracampeonato não veio em 1998, mas em 1999, ano do centenário do rubro-negro baiano, outra "dobradinha" veio e mais uma ótima campanha no Brasileirão, quando ficou na 3ª colocação, sendo eliminado pelo Atlético Mineiro, nas semifinais. Depois de terminar a fase de classificação na 6ª posição, o Vitória, comandado por Toninho Cerezo, enfrentou, nas quartas-de-final, o Vasco da Gama, fazendo, logo no primeiro jogo, uma partida memorável, que é muitas vezes denominada o melhor jogo do time na Era Barradão, tendo vencido por 5 a 4 o time do Rio de Janeiro. Empatou os outros dois jogos e avançou às semifinais, onde enfrentaria o Atlético Mineiro. Depois de vencer um e perder outro jogo, sucumbiu na terceira partida e deu adeus à competição.[113]

A conquista do Baiano foi a mais polêmica da história do Vitória. Título dividido com seu rival tricolor, até hoje é motivo de discussões.[74] A Copa do Nordeste desse ano veio novamente numa final contra o mesmo Bahia, em dois jogos, tendo o rubro-negro vencido o primeiro jogo por 2 a 0 e o rival o segundo por 1 a 0.[74][114]
Década de 2000: amplo domínio estadual, rebaixamento e retorno
Começo de década promissor

A década de 2000 começou da mesma forma da anterior, com outro bicampeonato estadual e mais planos de manter a hegemonia que, pela primeira vez, depois de 80 anos, voltara do rubro-negro.

O ano de 2001 foi o único da década em que o Vitória não comemorou alguma conquista. Em todos os outros, o título estadual ou uma promoção foi motivo de orgulho para os torcedores, como aconteceu nos dois anos seguintes, quando venceu os Campeonatos Baianos de 2002 e 2003, além da Copa do Nordeste de 2003.
Série B após treze anos

O ano de 2004 foi um dos anos mais irregulares e estranhos pode-se dizer assim da história do clube. Com contratações de peso como os baianos recém campeões do mundo pela Seleção Brasileira em 2002, Vampeta e Edílson,[115] esperava-se muito do time no ano.[116] O começo foi empolgante, após ganhar o Baianão 2004, a Taça Estado da Bahia de 2004 e um início avassalador, ficando na ponta do Campeonato Brasileiro e chegando às semifinais da Copa do Brasil, diversos problemas, financeiros e sociais, abateram o elenco ainda no primeiro turno do Brasileirão e o Vitória entrou em queda livre e foi rebaixado para a Série B do ano seguinte.[117]
Tetracampeonato baiano e Série C

As promessas de retornar o time baiano à elite no ano seguinte da diretoria foram ajudadas pelo bicampeonato da Taça Estado da Bahia e o inédito e histórico tetracampeonato Baiano em 2005, de forma invicta, com nove vitórias e 5 empates em 14 jogos, consolidando de uma vez por todas o domínio rubro-negro no estado.[118]

Os números totais dos quatro campeonatos que conquistou são ainda mais expressivos. Em 54 jogos, o Vitória triunfou 35 vezes, empatou 13 e perdeu apenas 6 partidas, dando um aproveitamento total de mais de 72% ao time da Barra.

Apesar dessas conquistas, o time sofria com sua fraca defesa. Na Série B, apesar de ter lutado o campeonato inteiro por posições que o levariam à próxima fase do campeonato, o time entrou mais uma vez em queda livre e, das cinco últimas partidas disputadas, o rubro-negro só conquistou um ponto. Mesmo assim, as chances de cair ainda eram remotíssimas, era preciso uma combinação de, pelo menos, quatro resultados para fazer o Leão ser rebaixado. Mas o que parecia impossível aconteceu. Junto ao seu maior rival baiano, sucumbiu à vergonha de jogar a Série C pela primeira vez em sua história, terminando na 17ª posição na tabela.[119] A tragédia foi tão grande que a diretoria foi trocada, o elenco quase inteiro foi dispensado e ainda deixa suas marcas, como processos, dívidas e mágoas entre torcedores e/ou antigos funcionários do clube.[120]
Retorno à Série A

Em 2006, o Vitória ainda sentia a tragédia e perdeu o Campeonato Baiano para o modesto e organizado Colo Colo em pleno Barradão, quebrando um tabu de quase 40 anos sem que um clube do interior conquistasse o campeonato.[121] Mas a volta por cima ainda estava por vir. Depois de ter conquistado o tricampeonato da Taça Estado da Bahia, o Vitória, com um elenco formado basicamente por apostas e revelações, conseguiu fazer uma campanha não tão brilhante, mas melhor do que todos esperavam, se tornando vice-campeão daquele ano do Brasileirão e ascendendo à Série B do ano seguinte.[122]

No ano de 2007, as promessas eram mais difíceis e a expectativa era de muita competitividade na tão disputada Série B daquele ano. Mas o clube conseguiu manter uma regularidade quase nunca vista na sua história, permanecendo nas primeiras posições do campeonato o ano inteiro e voltando à elite do futebol brasileiro quando terminou o campeonato na 4ª posição, o que significou muito para o clube, já que conseguiu subir à elite do futebol brasileiro em apenas dois anos. Até hoje, o Vitória é um dos únicos a conseguir esse feito (ser rebaixado para a Série C e voltar à Série A dentro de campo, sem precisar de viradas de mesa, como era comum no futebol brasileiro, e permanecer na elite).[122] Nesse ano, o ataque do Vitória foi o grande destaque, foram mais de 100 gols feitos na meta adversária, principalmente com Índio e Joãozinho.
Consistência na elite e Copa Sul-Americana

Em 2008, o time começou mal o Campeonato Baiano, terminando a primeira fase na terceira colocação. Mas graças a gratas surpresas no fim do certame, o Vitória conquistou mais um bicampeonato baiano.[123] Mas todos só tinham em mente o retorno do Leão à Série A, depois de três anos fora. A imprensa e público ficaram bastante surpresos com a campanha do rubro-negro. O time acabou terminando o primeiro turno em quinto lugar, a uma posição de uma vaga na Copa Libertadores.[124] No segundo turno, devido à saída de jogadores chave no esquema do time e a desentendimentos entre jogadores e comissão técnica, o clube acabou perdendo a chance de brigar pelo torneio continental, terminando o campeonato na décima colocação, garantindo vaga na Copa Sul-Americana.[125]

O tricampeonato estadual veio em 2009,[126] junto com a primeira participação na Copa Sul-Americana e o segundo ano de Série A após o inferno da Série C. O Vitória acabou não fazendo boa campanha no campeonato continental e foi eliminado nas oitavas-de final pelo River Plate, o então desconhecido time uruguaio.[127] Na Copa do Brasil, não passou pelo Vasco da Gama, nas quartas-de-final.[128] No Brasileirão, após um começo excelente, ficando no "G4" por 12 rodadas, acabou tendo a mesma queda livre do ano anterior, e terminou o certame em 13°, garantindo, ao menos, uma vaga na Copa Sul-Americana de 2010 pelo segundo ano consecutivo.[129]
2010—presente
Ver artigo principal: Temporada 2010 do Esporte Clube Vitória

Em 2010, com uma campanha superior às do rivais, sagrou-se, pela segunda vez, tetracampeão baiano, ao derrotar novamente o Bahia na final.[130] Com o segundo tetra consecutivo, foi, ao lado do Fortaleza, o campeão estadual da década, como o maior vencedor brasileiro de campeonatos estaduais, com oito títulos.[24][26][131]

Na Copa do Brasil, o time baiano conseguiu chegar pela primeira vez à final da competição,[132] decidindo o título contra o Santos, time mais badalado do país (história que o clube vivera dezessete anos antes, em 1993).[133] Após perder por 2 a 0 na Vila Belmiro e vencer por 2 a 1 no Barradão, acabou com o vice-campeonato.[134]

Na volta do "Nordestão", que não era realizado desde 2003, o clube conseguiu conquistar o seu quarto título regional, jogando com o time "B", ao derrotar o ABC fora de casa na final por 2 a 1.[135]

Em seu segundo ano disputando a Copa Sul-Americana, o time conseguiu jogar bem no primeiro jogo, ganhando por 2 a 0 do Palmeiras no estádio do Barradão, porém, no jogo da volta, o rubro-negro baiano foi surpreendido com uma reação do time paulista, incentivada por mais de 20 mil torcedores no estádio do Pacaembu, onde o Palmeiras acabou vencendo a partida por 3 a 0, dando fim a chance do Vitória chegar à fase internacional da competição.[136]
Novo rebaixamento e permanência na segundona

Porém, na disputa do Brasileirão, foi rebaixado ao terminar o certame na 17ª colocação, precisando vencer o Atlético Goianiense na última rodada em casa e apenas conseguindo um empate em 0 a 0.[137] Mesmo com quase 40 mil pessoas no Barradão na partida (fato que ocorreu nos últimos quatro jogos do clube no seu estádio),[138][139][140][141] o time não conseguiu marcar um gol sequer. Com isso, em apenas 3 anos na elite do futebol brasileiro, o clube voltara a disputar a Segundona.[142]

No Campeonato Baiano do ano seguinte o time chegou até a final diante do modesto Bahia de Feira. No entanto, o que se viu naquele ano, foi o mesmo que aconteceu em 2006: o rubro-negro baiano acabou perdendo mais um título dentro do próprio Barradão para um time do interior, o que acabou com a possibilidade do Vitória de conquistar seu pentacampeonato estadual.[143][144]

Já na Segunda Divisão, na campanha de acesso à elite do futebol, o time conseguia fazer bons jogos, sempre vencendo ou empatando e ficava entre os primeiros na tabela,[145] mas na penúltima rodada do Campeonato, onde se o Vitória ganhasse o jogo decretaria de vez sua ida para Primeira Divisão, o time acabou perdendo para o São Caetano (que brigava para não cair) diante de uma virada incrível do time paulista na qual o Vitória estava ganhando a partida por 1 a 0 até os 43 minutos do 2º tempo quando o São Caetano em uma reação incrível virou a partida para 2 a 1 aos 48 minutos dos acréscimos. Diante daquela derrota, no Barradão lotado com 38 mil pessoas, o Vitória se viu mais distante de conquistar uma vaga na Série A do Campeonato Brasileiro e permaneceu mais um ano na Série B.[146][147][148]
Perda do estadual e retorno à primeira divisão

Em 2012, o Vitória começou no Campeonato Baiano bem, chegou às semifinais da competição com o Feirense onde conseguiu passar pelo time de Feira de Santana[149][150][151][152][153] e chegou a final (a sua 11ª final consecutiva, um feito inédito)[150] contra seu principal rival, o Bahia, com quem duelaria mais uma final de Campeonato Baiano.[154][155] Na finalíssima, o Bahia estava com a vantagem de jogar pelo empate por ter realizado a melhor campanha no Campeonato. No primeiro jogo, no Barradão, acabou terminado em empate de 0 a 0 tendo como palco da decisão, o estádio de Pituaçu. Já no jogo de volta no Pituaçu, o Vitória tinha que vencer de qualquer maneira para poder conquistar o título. Em um jogo emocionante de 6 gols onde acontecia viradas espetaculares, o título acabou ficando mesmo com o Bahia que depois de longos 11 anos voltava a levantar o troféu do Campeonato Baiano e para o Vitória deu-se a perda da hegemonia de títulos da competição pelo 2º ano consecutivo até então (já que em 2011 acabou perdendo para o Bahia de Feira).[156][157][158]

Para a disputa da Série B de 2012, um novo Vitória é formado. Com boa parte dos jogadores vindos da divisão de base do clube, como o meia Leílson, o goleiro Gustavo, os zagueiros Gabriel Paulista, Josué e Dankler, o atacante Willie, etc[159][160] formando uma mescla com o time-base dos anos anteriores e mais algumas novas contratações,[161][162] a equipe iniciou o campeonato de forma destacada, com dez vitórias e um empate nos treze primeiros jogos (a título de comparação, nos doze primeiros jogos da Série B de 2012, o Vitória consegiu mais pontos do que no primeiro turno de 2011)[163][164][165][166] mantendo-se invicto nos jogos realizados na sua casa, o Barradão, durante os sete primeiros meses do ano.[167][168][169] A perda da invencibilidade aconteceu no dia 3 de agosto, em partida contra o Bragantino válida pela 15ª rodada.[170][171] Três rodadas depois, na 18ª, com o triunfo por 2 a 1 sobre o Joinville em casa, no dia 17 de agosto, o Vitória assume pela primeira vez a liderança da Série B.[172] Na rodada seguinte, agora enfrentando o Ceará em Fortaleza, mais uma boa vitória por 3 a 1 mantém o rubro-negro na liderança do campeonato no fechamento do primeiro turno.[173] Com este resultado, além da manutenção da liderança, o Vitória obteve o recorde de melhor campanha num primeiro turno da Série B, desde que houve a inserção dos pontos corridos no campeonato, em 2006.[174] Ao fim das primeiras 19 rodadas da Série B, o rubro-negro baiano somou 44 pontos, com quatorze vitórias, 2 empates e 3 derrotas, com um aproveitamento de 77% dos pontos disputados.

No segundo turno, porém, a equipe do Vitória não conseguiu manter a grande fase vivida até então, e enfrentou uma série de derrotas, principalmente nos jogos realizados longe do Estádio do Barradão. O ápice desta crise se deu no dia 21 de outubro, com a demissão do treinador Paulo César Carpegiani,[175] que havia comandado a equipe durante toda a excelente campanha do primeiro turno. Boatos de desentendimentos internos com alguns dos principais jogadores da equipe, dentre eles o volante Uelliton – jogador do Vitória desde 2006 e que deixou o clube logo após o final da temporada – foram um dos principais fatores que culminaram na saída de Carpegiani.[176][177] Após a saída de Paulo César, Ricardo Silva voltou a assumir interinamente a equipe por algumas rodadas, dando lugar a PC Gusmão a quatro rodadas do final do campeonato. Apesar do turbulento segundo turno, o Vitória conseguiu assegurar o seu retorno à primeira divisão do futebol brasileiro depois de dois anos com um empate diante do Ceará na última rodada, frente a um Barradão lotado, e finalizou o campeonato na quarta colocação com 71 pontos, mesmo número de pontos do São Caetano, porém, o rubro-negro tinha mais vitórias na competição.[178][179] Outro grande destaque do campeonato ficou por conta da torcida rubro-negra, que obteve a melhor média de público desta edição da Série B e a nona melhor dentre todos os clubes do futebol brasileiro, com cerca de 16.192 torcedores pagantes por jogo.[180] Pela Copa do Brasil, a equipe superou sobretudo a desconfiança. Após passar pelo São Domingos na fase inicial,[181] o Rubro-Negro enfrentou o ABC. Após empatar por 1 a 1 no jogo de ida realizado em Natal, a classificação veio no Estádio do Barradão num jogo que entrou para a história do clube. Numa atuação destacável de Neto Baiano, maior artilheiro do clube no ano e que foi autor de um hat-trick (três gols num jogo), o Vitória reverteu uma vantagem de 2 a 0 que permaneceu até os 32 minutos do 2º tempo. Aos 33, 45 e 48 minutos do 2º tempo, Neto marcou e garantiu a vaga da equipe nas oitavas-de-final.[182][183] Nas oitavas, o Vitória despachou o Botafogo em pleno Engenhão.[184] Porém, nas quartas-de-final, o adversário, o Coritiba, eliminou a equipe baiana. No primeiro jogo, em Salvador, empate sem gols.[185] Na partida da volta, em Curitiba, a equipe até abriu o marcador, mas não suportou a pressão e acabou sendo derrotado por 4 a 1, de virada.[186]

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