sábado, 7 de junho de 2014

Fernandão, o eterno capitão





Em luto pela morte de Fernandão, site do Inter relembra a carreira do ídolo
Se perguntarem a um colorado qual o maior ídolo da história do Internacional, o nome de Fernandão aparecerá entre os mais citados. Fernando Lúcio da Costa foi simplesmente o capitão de duas das três maiores conquistas da história do Campeão de Tudo, o primeiro título da Libertadores e o Mundial de Clubes da FIFA, em 2006. De quebra, ele marcou o gol 1.000 dos Gre-Nais logo em sua estreia. O ex-jogador honrou a camisa vermelha em cada segundo que entrou no gramado. O grito "Uh, Fernandão!", que ecoava nas arquibancadas do Beira-Rio, representava bem esta idoltaria.
> Vídeo: momentos marcantes pelo Colorado
O começo
Nascido em Goiânia, em 18 de março de 1978, Fernandão começou a jogar futebol nas escolinhas do Goiás, em 1990. Em 1995, o treinador dos juniores passou a comandar o time principal e promoveu Fernandão, então com 16 anos, ao grupo profissional. Entre 1995 e 2001, o atacante ajudou o Goiás a conquistar cinco títulos estaduais, duas Copas Centro-Oeste e um Brasileirão da Série B. Em 2001, o jogador se transferiu para o Olympique de Marselha (França), onde atuou por dois anos e meio. 
2004, um divisor de águas na carreira
Fernandão foi sondado por diversos clubes brasileiros. Após analisar diversas propostas, ele escolheu o Internacional. Quis o destino que a sua primeira partida pelo Colorado fosse um Gre-Nal. No dia 10 de julho de 2004, Fernandão entrou no segundo tempo do clássico, sofreu a falta que originou o primeiro gol e marcou o segundo da vitória vermelha por 2 a 0. O gol marcado pelo atacante era o de número 1.000 dos Gre-Nais. “Isso me deu a certeza de que eu tinha feito a escolha certa e que muitas coisas boas estavam para acontecer”, declarou Fernandão.
Fernandão está marcando o gol de núemro 1000 dos Gre-Nais
> Reveja o Gol 1000 do Gre-Nal
Capitão América
E foi verdade. Em 2006, o Inter realizou grande campanha e conquistou pela primeira vez a Libertadores da América. Fernandão foi o capitão e um dos principais destaques do time, com cinco gols marcados e sete assistências. Um destes gols ainda está muito vivo na memória dos colorados: foi na finalíssima contra o São Paulo, no Beira-Rio, onde o camisa 9 abriu o placar no jogo que acabou empatado em 2 a 2 e garantiu o inédito título. A imagem de Fernandão erguendo a cobiçada taça também está cristalina na lembrança de todos os torcdores do Clube do Povo.

Momento histórico: Fernandão ergue a taça da Libertadores 2006
Fernandão conduz time no Mundial
O final do ano de 2006 reservava um desafio ainda mais difícil para o Internacional. O Campeonato Mundial de Clubes da FIFA chegava com um favorito absoluto: o Barcelona, que contava com melhor jogador do mundo na época, o brasileiro Ronaldinho. Após vencer o Al-Ahly  por 2 a 1 na semifinal, o time Colorado credenciou-se para enfrentar os espanhóis. A equipe gaúcha não deu ouvidos aos prognósticos pessimistas. 
> Veja: discurso de Fernandão nos bastidores do Mundial
Na decisão contra os catalães, o capitão Fernandão abdicou de sua função ofensiva para ajudar a equipe na marcação. “Eu abri mão de querer aparecer naquela final. Fui jogar no meio-campo e tive de marcar individualmente o Motta, um volante que dava um ritmo de jogo muito forte para o Barcelona. Eu sabia que se fizesse isso, nós tínhamos uma chance de marcar um gol no contra-ataque”, declarou. E foi justamente em um contra-ataque puxado por Iarley que Adriano Gabiru marcou o gol do título e o capitão Fernandão teve a oportunidade de erguer a taça mais importante da história do Inter.

Fernandão momentos antes de decisão do Mundial FIFA, em 2006
Na temporada seguinte, o atacante fez parte do grupo que conquistou mais um título inédito: a Recopa Sul-Americana. O ano de 2008 marcou o último título de Fernandão como jogador do Clube. Foi na em 4 de maio, na final do Gauchão, quando o Internacional aplicou uma impressionante goleada de 8 a 1 sobre o Juventude.
De volta ao Beira-Rio

Fernandão exerceu cargos de diretor e técnico na sua última passagem pelo Inter
Em junho daquele de 2008, Fernandão recebeu uma proposta milionária para atuar no Al-Gharafa do Qatar. Com o coração partido, deixou o Clube. “Foi difícil. Eu chorei como uma criança no vestiário. Não consegui trocar duas palavras com o Fernando Carvalho quando ele me chamou para conversar. Mas eu sabia que era o momento de sair”, disse. No Oriente Médio, o atacante ficou apenas um ano. Em julho de 2009, voltou para o Goiás, equipe que o lançou para o futebol. Dez meses depois foi para o São Paulo, onde jogou por mais um ano e encerrou a carreira como jogador.
Em julho de 2011, atendendo a um pedido do presidente Giovanni Luigi, Fernandão regressou ao Inter para atuar como diretor executivo de futebol. “Não pensei duas vezes em aceitar o convite. Porto Alegre é a cidade que eu queria morar e o Inter é o clube que eu amo de coração", comemorou na oportunidade. Ainda treinou o time de julho a novembro de 2012. Em abril de 2014, participou da grandiosa festa de reinauguração do Beira-Rio.
* Reportagem baseada em matéria de Leonardo Fister publicada na edição 74 da Revista do Inter

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