sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Inter sub-23 permite virada com um a mais, e Pelotas leva a Recopa Gaúcha


Com dez homens desde os 10 minutos do primeiro tempo, Lobão sai de um 2 a 0 contra e conquista primeira taça do ano no RS sobre time de Clemer

Por Pelotas, RS
201 comentários
Começou com cara de passeio, talvez até goleada dos garotos do Inter. Terminou com virada heroica do Pelotas, com um homem a menos desde o início do primeiro tempo. De um 2 a 0 aos Colorados para um 3 a 2 eletrizante, sob temporal, para o Lobão. Abertura mais promissora de temporada não poderia haver para o futebol gaúcho, que conheceu, com a vitória do time que jogou em casa na Boca do Lobo na noite desta segunda-feira, o campeão da Recopa Gaúcha, torneio recém criado que confronta os vencedores do Gauchão e da Supercopa de 2013.
O jogo deu a entender que o lateral colorado Cláudio Winck seria o destaque maior. Afinal, marcara os dois primeiros gols - o segundo, golaço de falta. Mas outro jogador resolveu também fazer uma dobradinha com as redes. Foi Felipe Garcia, primeiro com canudo de fora da área, o do desconto. Depois, de cabeça, decretando o 3 a 2. O empate saíra com César Santiago.
 Além de perder a primeira taça do ano, o time sub-23 do Inter começa 2014 com desconfiança. Até porque é ele que atuará em ao menos quatro partidas do Gauchão, a começar pelo próximo sábado, diante do São Luiz, no Estádio do Vale, em Novo Hamburgo. Já o Pelotas, de Paulo Porto, estreia contra o Esportivo, na Montanha dos Vinhedos, em Bento Gonçalves.
pelotas inter recopa (Foto: Ítalo Santos/Agência RBS)Pelotas tirou vantagem do Inter e levantou a Recopa Gaúcha (Foto: Ítalo Santos/Agência RBS)

A final da Recopa, na verdade, tinha sabor de começo para Clemer. Depois de deixar a base para comandar o profissional do Inter no Brasileiro, o treinador estreava nesta noite, após o início da preparação ter sido sob a batuta de André Döring, agora novamente auxiliar. E o ex-goleiro tratou de apresentar sei estilo. Promoveu algumas mudanças, como Cláudio Winck na lateral direita. Sábia decisão.
Antes de o Inter passar a mandar no jogo, no entanto, a chuva tratou de chamar a atenção. Bastou o árbitro Jean Pierre de Lima Henrique apitar pela primeira vez para cair um dilúvio. Que fez o juiz interromper a partida aos seis minutos, pedindo mais iluminação. Logo depois, aos 10, o meio-campista Lucas, do Pelotas, tentou simular pênalti na área. Como levara amarelo aos 3, acabou expulso. A resposta à superioridade numérica foi relâmpago. Num escanteio de Gladestony, Bertotto escora, Nathan finaliza. O goleiro espalma e Cláudio Winck vira centroavante por um segundo: 1 a 0.
Mesmo sem criar chances claras, o Inter dominou. Com velocidade, os contragolpes eram sempre sinuosos. Talvez a falta de experiência tenha atrapalhado os garotos colorados no acabamento dos lances. Capricho que sobrou para Winck. Sobrinho do conhecido lateral Luís Carlos, comprovou a fama que carrega desde muito menino, de ser um bom cobrador de faltas. Mas não foi uma boa cobrança. Foi perfeita. Forte, curvilínea, no ângulo: 2 a 0. Aparentemente entregue, o Pelotas, já sem Sotilli, sacado aos 29 minutos, renasceu um minuto depois. Chutaço de Felipe Garcia e 2 a 1 antes do intervalo.
- Não sei ainda se é a minha noite, mas tomara que seja - analisou um cauteloso Winck na saída de campo.

Virada na chuva: Pelotas campeão
O Pelotas até que melhorou no segundo tempo, sempre em jogadas de Felipe Garcia. Mas as melhores chances sempre partiram do Inter. Sobretudo em contragolpes. Como aos 19 minutos, quando Gladestony enxergou Nathan na esquerda. O atacante saiu atrás da defesa, chegou na área e chutou muito forte. Não precisava. Exagerou. Perdeu grande chance.
Não adianta. Pode ser em jogo inaugural de temporada, com equipe sub-23. O futebol não tira férias, não perdoa. Aos 25, Rodrigo Dourado, atrapalhado pelo campo molhado, falhou ao sair jogando perto de sua própria área. Clemer, que já havia acertado em colocar Winck entre os titulares, havia alertado no intervalo para possíveis erros devido ao mau tempo. De nada adiantou se precaver. O presente de Dourado foi aproveitado com talento por César Santiago. Chute no cantinho: 2 a 2.
A reação empurrou o Pelotas a ponto de a inferioridade numérica se esvair no meio do temporal. Virou pó. Já o entusiasmo do time não poderia estar mais sólido. Três minutos depois do empate, Felipe Garcia, o mesmo que diminuíra na etapa inicial, agora marcava de cabeça: 3 a 2. A desvantagem enervou o zagueiro Thales,que agrediu Mityhuê após dividida. Agora, sim, o placar de expulsos se igualava. O placar de gols, jamais voltaria a ser o mesmo. Valeu a virada improvável. Heroica. Acaso? Golpe de sorte? Ou o indicativo de um Gauchão eletrizante? Os próximos meses dirão, enquanto o Pelotas admira a primeira taça do Rio Grande em 2014.
> Recopa Gaúcha
Data: 13/01/2014
Local: Boca do Lobo, em Pelotas

Pelotas: Paulo Sérgio; Igor, Bruno Salvador, Fred e Carlos Alexandre (Alex); Tiago Gaúcho, César Santiago, Carlos Alberto (Felipe Guedes) e Lucas; Jeferson (Mithyuê), Sandro Sotilli (Felipe Garcia, Lucas Bahia). Técnico: Paulo Porto

Inter: Alisson; Claudio Winck, Jean, Thales e Raphinha; Rodrigo Dourado, Bertotto, Gladestony (Alex Nemetz), Aylon e Reis (Bruno Gomes); Nathan (Fernando Baiano). Técnico: Clemer

Gols: Claudio Winck (Inter), aos 16 e aos 43 minutos do primeiro tempo. Felipe Garcia, aos 45 do primeiro tempo. César Santiago, aos 24 minutos, e Felipe Garcia, aos 29 minutos da etapa final (todos do Pelotas)
Cartões amarelos: Lucas, Bruno Salvador (Pelotas), Aylon, Raphinha (Inter)
Cartões vermelhos: Lucas (Pelotas), Thales (Inter)
Arbitragem: Jean Pierre Gonçalves Lima, com Marcelo Oliveira e Cláudio Gonçalves

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

Em cores - Esquadrão Progresso - paginas 1 a 10